O meu irmão escreveu-o e eu não posso deixar de partilhá-lo. Espero que gostem tanto como eu.
Do sangue vermelho surgem borboletas de todas as cores,
Como se o teu magenta fosse o branco eterno e completo,
Um Sol a desvendar em si o espectro do cabo além dores,
A Boa Esperança enfeitada por asas de cromático dialecto.
Não vejo drama na borboleta pousada no cerejo fontanário,
Nem a vergonha brota dos vulcões sob o leito onde se esvai,
Onde a coragem ordenou lavrar sobre a pele o seu glossário,
Sílabas de fogo guardadas pelos Deuses quando a noite cai.
Não pedem meu perdão as marcianas borboletas que o teu rio enfeitam,
Não escuto o prenúncio da azáfama sanguinosa dos abutres em festim,
Só ouço o mensageiro vento a passar por nossas vidas e à vida dizer sim
Algumas palavras para todos os doentes que estão em sofrimento, na hemodiálise, e nas transfusões...
Gonçalo Barra