sábado, 18 de junho de 2011

Costa Polis (II)

A propósito da reunião que eu referi no Costa Polis (I), decidi escrever algumas das sugestões que eu pensei poderiam ajudar a CMA a construir um Conselho e uma Costa da Caparica melhores, e quero partilhá-las convosco. Enviei-as para a CMA através do sítio da internet com formulário próprio, definido nas Opiniões Participativas, que poderiam ser enviados até dia 8 de Junho, eu mandei uns dias mais tarde, ainda foram ao que parece aceites. Estas ideias (sugeridas) parece que têm o propósito, após avaliação (só não se sabe de quem), de ser, eventualmente, incluídas no programa da CMA para 2012. Tentei ontem (17/06/2011) mandar mais sugestões, mas o sítio já não as aceitava. Não percebi porque é que este sítio não pode ficar a receber sugestões em permanência, mesmo que por razões de logística já não seja possível inclui-las nos planos para 2012, não quer dizer que elas não sejam válidas para 2013 ou mais tarde, ou que não possam ser o ponto de partida para outras.


Aqui vão as propostas sugeridas:


1. Condicionamento do trânsito na Costa da Caparica, com criação de estacionamentos em altura (mais económicos e menos lesivos do ambiente, com possibilidade de recarregar viaturas a electricidade dentro do mesmo) antes de se chegar à Costa da Caparica. Este estacionamento seria taxado diariamente a preços simbólicos. Nele deveria haver uma ligação de transportes públicos até à Costa e às praias (transporte que deveria ser eléctrico), este transporte deveria ter um preço simbólico para adultos residentes ou trabalhadores no conselho de Almada e seniores, com uma taxa acrescida para turistas (estrangeiros e não residentes ou não trabalhadores no concelho) e gratuito para crianças. 
Redução dos estacionamentos junto às praias com tarifas altas de estacionamento nestes parques, como medida dissuasiva. Fiscalização séria do estacionamento indevido (em locais não destinados ao mesmo) com aplicação de multas aos prevaricadores.
Dentro da cidade, criação de lugares de estacionamento para os trabalhadores e residentes, que no verão têm uma enorme dificuldade em estacionarem as suas viaturas. Criação de lugares de estacionamento (com relva plantada como suporte nestes locais de estacionamento, permitindo a penetração das águas nos solos) para veículos movidos exclusivamente a electricidade, capacidade de carregamento dos mesmos no local e com tarifas de estacionamento mais baixas (estes lugares só poderiam ser preenchidos exclusivamente por estes veículos).


2. Criação de vias cicláveis (umas para bicicletas outras para motas) até às praias e outras dentro da cidade, de forma a ser mais fácil e menos poluente a circulação dentro da mesma. Criação de um sistema de aluguer de bicicletas que poderia começar no terminal de estacionamentos (fora da cidade) com terminais espalhados pela cidade e pelas praias. Criação de estacionamentos para as bicicletas e motas particulares espalhados por toda a cidade e praias. Estimulo à criação de um clube motard na Costa da Caparica com o objectivo de estimular este tipo de turismo, com desenvolvimento de actividades e apoio aos motards.


3. Apoio aos agricultores da Costa (Terras da Costa), com abertura de um canal próprio de recolha de ideias e apoios dos mesmos para o desenvolvimento (do que já é feito por alguns deles) de uma agricultura biológica e sustentável no conselho que seja uma referência não só a nível local, como nacional e internacional (com certificação desta actividade).
Criação de um local (talvez no Mercado da Costa) e feiras, para a venda de produtos biológicos por parte destes (aproveitando as suas experiência e ideias).


4. Aproveitar o facto de o projecto CostaPolis estar atrasado no seu desenvolvimento para repensar se as opções tomadas e a tomar (e que já têm 10 anos de existência) serão as mais adequadas ao desenvolvimento da Costa da Caparica e promover ainda mais a participação e envolvimento da população da Costa nestas soluções de forma a que os mesmos munícipes não se sintam traídos pelas opções tomadas (não indo estas em muitos aspectos ao encontro aos anseios da população).


5. Criação de estruturas que visem desenvolver a Costa do ponto de vista Cultural, respeitando e aproveitando as tradições culturais da população e tornando a Costa mais atractiva para os residentes (naturais ou não) e para os turistas, tentando contrariar o turismo "de passagem" para um turismo que fica a desfrutar do muito que esta terra poderá ter para lhes oferecer.


6. Aumentar a qualidade dos Serviços a oferecer, nomeadamente a conservação e limpeza do património já existente. Cuidado acrescido na limpeza regular das praias, proibição de animais de estimação nas mesmas (com diminuição dos incómodos que causam aos outros cidadãos que querem usufruir da praia, diminuição da poluição da areia, diminuição dos riscos especialmente para crianças), criação de duches (gratuitos) e locais onde se possam guardar pertences e tomar duche quente em todas as praias (estes pagos) com condições de higiene e conservação boas. 
Promover entre os comerciantes hábitos de bem receber (nomeadamente empregando pessoas com formação nas áreas respectivas). Incentivar e promover os comerciantes que estejam a aplicar boas práticas nos seus estabelecimentos (com eventual criação de um concurso ou divulgação do seu trabalho no boletim municipal - almadaInforma). 
Fazer cumprir (através de adequada verificação e aplicação efectiva de coimas) o Regulamento Municipal sobre a Circulação de Canídeos na Via Pública (eventualmente pensar em tornar obrigatória a colocação de chips nos animais). 
Criar mais Ecopontos e eventualmente começar a pensar se a solução de caixotes pequenos são a melhor solução para a recolha de lixos domésticos. Talvez a solução com caixotes subterrâneos seja a melhor opção para esta zona turística. Adequar as papeleiras de forma a que estas sejam de mais fácil limpeza e que não sejam facilmente esvaziadas pelas condições atmosféricas adversas e frequentes numa zona marítima.


7. Substituição gradual das lâmpadas existentes para iluminação da via pública por lâmpadas LED (muito mais eficientes do ponto de vista energético).


8. Evitar a proliferação de habitações em zonas com alta fragilidade ambiental (Terras da Costa e junto à orla marítima). Realojamento dos habitantes dos bairros de barracas do 2º Torrão e Costa da Caparica, que são essenciais para a dignificação do ser humano e para a criação de um turismo sustentável.


9. Estimular e promover o turismo Gay que é considerado internacionalmente um nicho de mercado com enorme valor acrescentado e que a Costa tem enorme potencial de captação. Este turismo já existe na Costa pelas suas condições naturais, mas têm toda a possibilidade de crescer se forem apoiadas as estruturas já existentes e criando outros pontos de atracção (porque não ter um polo do festival de cinema Gay e Lésbico de Lisboa - Queer Lisboa - com uma parte a ser exibida na Costa?).


10. Reforçar o policiamento de proximidade. Com formação dos policias para que possam fornecer informação adequadas a turistas e também em línguas estrangeiras (especialmente espanhol e inglês) para uma adequada comunicação. 
"Recriação" do posto de Turismo da Costa, não sendo este uma estrutura estática, mas que consiga responder efectivamente às ansiedades dos agentes comerciais e culturais da Costa e dos turistas que a visitam.


11. Apoio à manutenção das práticas que caracterizam a Costa, tais como o puxar das redes pelos pescadores na praia ao final do dia, a boa gastronomia e a hospitalidade. Pensar em futuras intervenções do Polis fazer equipamentos de qualidade e que respeitem a identidade cultural da Costa. Introduzir nos equipamentos já existentes estas exigências legitimas numa zona que poderia ser uma referência do turismo não só português como internacional.

As ideias sugeridas são completamente gratuitas (em qualquer lugar elas pagam-se muito bem), espero que as aproveitem para bem da Costa e das pessoas que amam a terra onde vivem.  


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